UMA MENTIRA COM QUALQUER OUTRO NOME…

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Na peça Romeu e Julieta, de William Shakespeare, Julieta diz: “Aquilo a que chamamos rosa / por qualquer outro nome teria o mesmo cheiro doce”. Esta frase bem conhecida significa que, independentemente do nome que algo tenha, isso não muda o que é. Da mesma forma, uma mentira, seja ela qual for, continua a ser mentira.

Considere estes poucos sinónimos e eufemismos: enganar, deturpar, distorcer, iludir, ludibriar, falsificar, ludibriar, iludir. Cada uma destas palavras tem um significado distinto, mas todas representam uma forma de mentira.

Alguns tentam classificar as mentiras por assunto, motivos ou consequências, e também classificar as mentiras de “pequenas mentiras inocentes” a mentiras enormes e consequentes. Ora, as pessoas têm várias razões e dão muitas justificações para mentir, e as consequências podem variar de mínimas a graves, mas nada muda o facto de que a falsidade e o engano significam mentira.

Deus desconsidera “pequenas mentiras inocentes” ou mentiras para proteger os sentimentos de alguém? Deus permite a mentira se “os motivos forem corretos”? Deus faz alguma exceção ao Seu mandamento de “não dar falso testemunho” (Êxodo 20:16)? Como é que Deus considera a mentira?

Todos nós já fomos enganados, e é provável que todos nós nos tenhamos mentido. Talvez tenhamos retido informação com a intenção de criar uma falsa impressão (mentimos por omissão), fingimos ignorância ao responder a uma pergunta, alegamos ser inocentes quando não o éramos, “esticamos” ou “distorcemos” a verdade, fingimos saber algo quando não o sabemos, culpou injustamente outra pessoa ou deu falsas esperanças ou incentivos irrealistas.

Algumas pessoas mentem tanto que se tornam mentirosos compulsivos ou patológicos. Um mentiroso patológico mente compulsivamente, mesmo quando parece não haver necessidade nem benefício a obter. Um mentiroso sociopata é frio e calculista, manipulando e explorando as vítimas por todos os meios para atingir um objetivo, sem se importar com o dano que essas vítimas possam sofrer.

Uma das consequências de qualquer mentira é que acabará por ser revelada, destruindo a credibilidade. Na fábula de Esopo “O rapaz que gritava lobo”, o pastor destrói a sua própria credibilidade ao mentir. Uma pessoa que conta “pequenas mentiras inofensivas” não deixa de ser mentirosa, e aqueles a quem mentem acabarão por se perguntar: “Ele está a dizer-me a verdade agora ou ainda está a mentir? Que outras mentiras me está ele a contar? Posso confiar nele?

Há um ditado antigo e verdadeiro: “A honestidade é a melhor política”. Mas também é preciso sabedoria para saber quando há “tempo de estar calado e tempo de falar” (Eclesiastes 3:7). Nunca mentir deve ser sempre o nosso objetivo. O nosso objetivo é também amar o próximo. Esconder algo sobre o nosso próximo que legalmente não tem de ser revelado é um ato de amor. Dizer sempre a verdade não deve ser usado como licença para assassinar o carácter de alguém com informações sujas e escandalosas sobre ele. Deus instrui o Seu povo a não ser coscuvilheiro, revelando segredos (Levítico 19:16) e a não ser coscuvilheiro, dizendo coisas que não devem (1 Timóteo 5:13). Alguns assuntos devem ser ocultados (Provérbios 11:13) quando revelá-los não serve qualquer propósito legal ou necessário.

As mentiras e os enganos estão presentes em todas as facetas da sociedade e são partilhados em quase todas as formas de media e por todos os métodos de comunicação imagináveis. Deus adverte os mentirosos no Salmo 101:7: “O que usa de engano não ficará dentro da minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.” Para permanecer no tabernáculo de Deus, é necessário falar a verdade (Salmo 15:2). Não haverá mentirosos na Nova Jerusalém (Apocalipse 21:27; 22:15). Devemos todos esforçar-nos por observar o mandamento de Deus de não dar falso testemunho.

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