Nós nos encontraremos de novo

Em 1993, alistei-me no exército. Minha decisão se deveu em grande parte ao fato de que o meu melhor amigo Lawrence já estava servindo e estacionado em Oklahoma. Ele viajava à nossa cidade natal com frequência. Juntos, corremos, levantamos pesos e fizemos flexões, tudo em preparação para a minha partida para o treinamento em meados de Agosto. Eu nunca poderia ter previsto os eventos que se seguiram.

Numa noite de verão, um grupo de jovens estava reunido numa estrada bem conhecida, onde aqueles com caminhões com tração nas quatro rodas tentavam usá-los para escalar a parede de lama íngreme de um lado da estrada – um passatempo comum para rapazes do campo. . Naquela noite, um carro ficou preso numa vala, então Lawrence entrou em seu caminhão, parou na frente do veículo encalhado, pegou uma corda da traseira do caminhão e a usou para puxar o carro para fora da lama espessa. 

Eu me lembro claramente desta noite. Foi nessa noite que Lawrence, meu amigo de longa data durante todo o ensino médio, me disse que me amava e que eu era um bom amigo, a quem ele podia contar qualquer coisa. Eu me perguntei por que ele disse isso. Seus sentimentos realmente me atingiram dois fins de semana depois.

Cheguei em casa com outro amigo num sábado à noite e quando entrei pela porta, minha mãe me disse que Lawrence tinha morrido. Eu respondi: “Lawrence quem?” Ela me disse que era o Lawrence de Oklahoma. Eu não podia acreditar em meus ouvidos.

Ela me disse que ele tinha saído com seus amigos em Oklahoma para um dia de recreação e eles estavam fazendo rapel num penhasco de 170 pés. Lawrence, que era um atirador de elite, alpinista e repelente de rosto, estava treinando para as Forças Especiais e estava bem encaminhado. Ele havia começado a descer o penhasco íngreme, usando a mesma corda que havia usado para puxar o carro da vala apenas duas semanas antes. Cerca de dez metros abaixo do penhasco, seus amigos no topo ouviram um som. A corda se rompeu e Lawrence caiu para a sua morte.

Durante a investigação, descobriu-se que a corda estava apodrecida com vestígios de gasolina — a gasolina da lata que Lawrence mantinha em seu caminhão em caso de emergência. A simples negligência da parte de Lawrence, tragicamente, lhe custou a vida.

Eu fui um dos carregadores do caixão no funeral do meu melhor amigo. Foi um serviço militar impressionante. Depois que os fuzis dispararam sua saudação... depois que os soldados marcharam em ordem rítmica até ao mausoléu onde o caixão foi colocado... depois que a bandeira, meticulosamente dobrada, foi colocada nas mãos da mãe de Lawrence... depois que o serviço foi concluído... perguntas foram feitas por amigos e família que consumiram o meu pensamento; O que vai acontecer com o Lourenço? O que acontece quando você morre? Onde está Lawrence agora? Estas são as grandes perguntas que inevitavelmente todos nós fazemos uma vez ou outra, mas mais comumente elas surgem após a perda de um ente querido. Podemos saber o que acontece após a morte?

Mais tarde naquela semana, eu disse ao meu sargento que não poderia ir ao treinamento. Eu simplesmente não estava em condições de ir. O sargento, que também tinha recrutado Lawrence, conhecia minha dor e rasgou meus papéis. Eu nunca fui para as Forças Armadas. O olhar no rosto da minha mãe era de alívio e alegria. O medo de perder o filho se aguçou após a morte de Lawrence.

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