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Podemos obter a salvação por nossos próprios esforços? Se obtivermos a salvação, é verdade que somos “uma vez salvos, sempre salvos”? Muitas pessoas estão confusas sobre a verdade por trás destas doutrinas. A Escritura nos diz que um cristão é justificado pela graça (Tito 3: 7). Então, o que significa que não devemos perder aquilo pelo que trabalhamos (2 João 1: 8)? Se a justificação é pelo sangue de Cristo (Romanos 5: 8–10), então por que a vida eterna é a recompensa dos justos (Mateus 25:46), enquanto a morte eterna aguarda o pecador impenitente (Ezequiel 18: 4; Romanos 6:23; Apocalipse 21: 8)?
Para ajudar a responder a estas perguntas, considere um versículo vital, mas muitas vezes mal compreendido nas Escrituras. Efésios 2: 8 nos diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” (King James Version).
Claramente, a graça é um “presente de Deus”. Mas, esta graça é um estado permanente, tal que “uma vez salvo, sempre salvo”? Para encontrar a resposta, podemos examinar mais de perto este versículo. A frase “estais salvos” usa um verbo progressivo presente. Um verbo “presente progressivo” descreve uma ação em andamento. Qualquer boa concordância da Bíblia verificará se a KJV traduz corretamente o tempo do verbo Grego original. Infelizmente, muitas traduções mais recentes traduzem erroneamente a frase como “você foi salvo” - o que pode implicar erroneamente uma condição permanente - levando os leitores a inferir erroneamente a doutrina “uma vez salvo, sempre salvo”.
Observe em particular que o verbo Grego ‘este’, usado neste versículo, não exige um estado permanente. Uma construção verbal semelhante ocorre em Lucas 9:55, onde Cristo repreendeu Tiago e João por quererem fazer descer fogo do céu. Jesus disse-lhes: “Vós não sabeis de que espírito sois [este].” O contexto deixa claro que este era um estado atualmente contínuo (“presente-progressivo”), e não uma condição permanente. Naquela época específica (“atualmente”), Tiago e João estavam falando de acordo com um espírito errado, mas seria tolice sugerir que estes dois Apóstolos permaneceram para sempre naquele estado! Em vez disso, como acontece com qualquer verbo progressivo no presente, a condição pode ou não continuar no futuro.
Então, juntando tudo isto, a tradução mais precisa de Efésios 2: 8, à luz da gramática moderna do inglês, seria que “estamos sendo” salvos pela fé. Os Cristãos foram salvos de nossos pecados passados pelo sangue de Cristo; agora estamos “sendo salvos” (Mateus 24:13) e “seremos salvos pela sua vida” (Romanos 5:10).
E a obediência? Milhões acreditam que uma vez que aceitam a Cristo e recebem o Espírito Santo, eles “estão” salvos. Esta é a doutrina “uma vez salvo, sempre salvo”. Embora alguns achem isto reconfortante, é uma doutrina falsa perigosa, pois não é o que a Bíblia ensina! Observe que, como o antigo Rei Davi registrou no Salmo 51, o Espírito Santo pode ser “tirado” de alguém que é obstinadamente pecador e não se arrepende. Davi só teve que se lembrar da tragédia do rei Saul, que teve o Espírito Santo tirado dele (1 Samuel 16:14). O Apóstolo Paulo desenvolve ainda mais este ponto em sua carta aos Hebreus (Hebreus 6: 4-6). Portanto, podemos ver que a Bíblia não ensina “uma vez salvo, sempre salvo”.
A chave para entender estes pontos é que muitos foram convencidos a assumir uma falsa dicotomia. Eles se perguntam sobre graça ou obediência, quando a Bíblia ensina a inter-relação de graça e obediência.
Graça é o amor e perdão imerecido de Deus para conosco (Tito 3: 4-5; Romanos 5:10). Ninguém que já viveu, com a única exceção de Jesus Cristo, jamais mereceu a graça. E nenhuma quantidade de nosso esforço pode nos ganhar a graça de Deus. A graça é um presente de Deus.
No entanto, a graça não nos dá o direito de pecar. Paulo perguntou se os Cristãos deveriam continuar no pecado apenas para que a graça abundasse, ele respondeu definitivamente: “Certamente não!” (Romanos 6: 1-2). Em vez disso, por nossa fé Cristã, “defendemos a lei” (Romanos 3:31). Se pecarmos, cometemos iniqüidade - infringimos a lei de Deus (1 João 3: 4)! Não podemos infringir uma lei que não existe! Em vez disso, usamos o Espírito Santo que Deus nos deu e, por meio desse Espírito, crescemos em graça e justiça, sendo capazes de receber o dom de Deus da vida eterna (Romanos 6: 20-22).
Para um estudo mais aprofundado sobre este assunto vital, leia o artigo do Tomorrow’s World "Obediência vs. Graça?" e assista aos programas “Law or Grace?” e "O que Deus quer de mim?"